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Prática 1

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Onde se espera ter mais fotossíntese: na flor ou na túbera (raiz)” E a resposta foi na raiz. Isso se dá porque a fotossíntese vai ocorrer sempre em maior quantidade nos órgãos fontes, e a raiz, nesse caso, é um órgão fonte se comparado a flor? Tem alguma outra explicação sobre essa resposta?

Resposta: Aqui tem uma confusão grande. A raiz muito raramente faz fotossíntese e a flor algumas vezes até faz, mas costuma não ser auto-suficiente. A pergunta acho que foi diferente: Onde se espera que haja maior fotossíntese: numa planta com formação de flor ou com formação de raízes tuberosas? Neste caso sim….a planta que estiver fabricando túberas deve apresentar uma maior fotossíntese pq as túberas são órgãos dreno muito mais fortes que as flores…. Eu disse DRENO e não FONTE. Cuidado pra não confundir

Qual a natureza molecular dos centros de reação PS1 e PS2 presentes na membrana dos tilacóides?

Primeiramente essa é uma Ótima pergunta….. Os Centros de Reação dos fotossistemas 1 e 2 são de natureza lipoprotéica, isso permite que eles possam ser ancorados na membrana tilacoidal e de lá processar a fotossíntese. Enquanto os centros de reação são lipoprotéicos integrais de membrana as antenas são complexos protéicos parcialmente hidrossolúveis que interagem muito bem com o meio aquoso e levemente alcalino do estroma dos cloroplastos. Essa diferença é super importante pq é nas antenas que acontece a hidrólise da água e a liberação de H+ no lume enquanto que nos centros de reação o elétrom é capturado e transportado até o NADP+.

Quando se pode dizer que temos um fotoblastismo positivo, negativo ou neutro.

eles não são estatisticamente distintos e portanto a luz não influenciou na germinação. Portanto, temos um legítimo caso de Afotoblastismo.

Fotoblastismo negativo: Neste caso, como o nome diz, a luz interfere negativamente na germinação. Mas essa influência tem que ser significativa, ou seja com letras distintas. Portanto, se a germinação no escuro for significativamente maior no escuro do que na luz, temos um legítimo caso Fotobastismo negativo.

Fotoblastismo positivo e fotoblastismo positivo relativo: Como o nome diz, no fotoblastismo positivo a luz interfere positivamente na germinação, com valores estatisticamente maiores na luz do que no escuro. Então por que o relativo. A diferença entre o fotoblastismo positivo e o fotoblastismo positivo relativo é que no primeiro o valor da germinação na luz tem que ser no mínimo o dobro da germinação no escuro, enquanto que no fotoblastismo positivo relativo, basta que a germinação na luz seja significativamente maior na luz, não necessariamente o dobro da germinação no escuro. Essa é a grande diferença entre os dois tipos de fotoblastismo positivo.

 

O único órgão da planta que é dreno quando jovem e fonte quando maduro é a folha?

Não há dúvida que a folha é o principal órgão fonte da planta, embora seja dreno quando ainda jovem. Mas, plantas que acumulam reservas nos caules, raízes e túberas, como por exemplo a cana-de-açúcar, a batata inglesa, a beterraba e a macaxeira e as sementes, todos estes órgãos são dreno quando jovens e fontes quando maduros.

 

Por que dentro da célula não há potencial hídrico positivo? De acordo com o exemplo de célula flácida e túrgida mostrados em sala, de que maneira os potenciais contidos no slide podem resultar entre si de forma negativa? Vão existir valores fixos ou vão depender do soluto, por exemplo?

Primeiramente temos várias perguntas dentro de uma só, vamos ver se consigo responder todas. Convencionalmente se determinou que a água pura, sem adição de nenhum soluto teria potencial hídrico igual a zero, portanto, isso é só uma condição teórica, não será encontrada na prática. Temos 4 tipos de potenciais que influenciam no potencial hídrico de uma célula: 1) matricial, 2) osmótico, 3) gravitacional e 4) de pressão. O potencial matricial é aquele que é influenciado por grandes moléculas como o amigo, proteínas e outros grandes polímeros, ele SEMPRE DIMINUI o potencial hídrico da célula. O potencial osmótico é aquele que é influenciado por pequenas moléculas que se dissociam na água, como o NaCl, CaCl2, açúcar e outras pequenas moléculas. Estes também, por influenciarem no potencial de realização de trabalho da água tornam o potencial hídrico da célula SEMPRE NEGATIVO. E, por último, mas não menos importante, sim, cada soluto adicionado a solução celular vai interferir de uma forma específica no potencial hídrico da célula, mas sempre de forma A BAIXAR O POTENCIAL HÍDRICO PARA ABAIXO DE ZERO. NÃO EXISTE POTENCIAL HÍDRICO POSITIVO. O potencial de pressão pode influenciar positivamente o potencial hídrico, mas NUNCA torná-lo positivo, mas sim menos negativo, ou em últimos casos zero. O potencial gravitacional pode elevar o potencial hídrico da célula se for a favor da gravidade, como numa cachoeira ou no floema, mas negativamente quando a água é bombeada por uma bomba até o alto do seu prédio ou no xilema até o topo de uma árvore.

 

Olá, de que maneira a Potometria está relacionada com as células – guardas a ponto de definir em que aspecto a planta irá se saciar, se pela fome ou sede?

Primeiramente não lembro te ter dito isso em sala, mas vamos lá. O estômato é a porta de entrada do CO2 na planta, mas é também a porta de saída de cerca de 90% da água perdida pela atmosfera. Para que o CO2 possa adentrar no mesofilo ele tem que sofrer a ação da anidrase carbônica que transforma liga o CO2 + H2O em H2CO3-. Então se o estômato abrir demais, mais CO2 adentrará no mesofilo, mas também mais água será perdida para a atmosfera. Portanto, o estômato tem que ser muito bem regulado para não deixar a planta “morrer de fome” sem CO2 nem “morrer de sede” pela perda excessiva de água pra a atmosfera. É o controle fino desse processo que dá faz a complexidade do processo de abertura e fechamento estomático.

 

Se a fotossíntese não produz glicose e na verdade forma trioses fosfatos, por que representamos como glicose e como tem que ser representada as trioses fosfatos?

Os livros mais antigos de fisiologia vegetal costumavam simplificar a fotossíntese com a informação de que glicose era formada na fotossíntese; isso não é verdade, e uma forte evidência disso é que a fotossíntese acontece dos cloroplastos e a síntese de glicose acontece no citosol, portanto é completamente errado atrelar a produção de glicose à fase final da fotossíntese. O correto então é informar que a produção líquida da fotossíntese é uma triose fosfato que você pode representar simplesmente pelo seu nome ou pela sua fórmula genérica (CHO2)n.

 

Por que uma região de seca tem mais estômatos que uma região chuvosa?

Primeiramente não lembro de ter dito isso em sala, mas já que tocou no assunto, vamos lá. Ainda não há consenso, mas há muitos estudos recentes informando que em regiões mais secas ou mais afetadas pelos estresses, os estômatos são mais numerosos e menores. Como já se sabe, este tipo de estômato tem uma taxa de elasticidade maior, ou seja, consegue abrir e se fechar mais rapidamente do que estômatos maiores. Portanto, estômatos menores e mais numerosos podem facilitar a captura de CO2 nos momentos de maior demanda de CO2 e menor demanda de perda de água, o que acontece logo no início da manhã e ao final do dia. Plantas que não conseguem fazer esse ajuste fino, sofrem mais com o estresse hídrico do que plantas mais plásticas como as citadas no exemplo acima.

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