Introdução
O potencial hídrico é o somatório das forças que atuam no fluxo de água entre diferentes sistemas biológicos. A diferença de potencial hídrico entre as sementes desidratadas e o meio circundante é, em geral, elevada, promovendo fortemente a hidratação de sementes, tão logo entrem em contato com a água. Para termos uma ideia disso, basta lembrar que uma semente desidratada costuma apresentar potenciais hídricos muito negativos, na ordem de -70 MPa, o qual se comparado ao potencial hídrico da água pura (0 MPa) já dá uma boa ideia de quão forte é a influência do potencial hídrico nas sementes. Essa aula tem o objetivo de demostrar ao aluno quão veloz é o processo de embebição de água por sementes desidratas e mostrar que a velocidade de embebição sofre influência da dureza e da natureza do tegumento, bem como no volume e natureza do endosperma das sementes.
Objetivos específicos desta prática
Demonstrar o fenômeno de embebição de sementes e atrelar esse fenômeno com a natureza fisiológica das sementes;
Demonstrar que a viabilidade das sementes pode ser testada por meio da sua capacidade de exudação de lixiviados na água de embebição.
Procedimentos
Primeiramente selecione sementes de diferentes naturezas e durezas de tegumento. Monte 5 grupos de 10 sementes para cada espécie que se deseja estudar ou utilize as espécies fornecidas pelo monitor/professor.
Na sequência insira em cada copinho cerca de 10 sementes homogêneas e pese-as em balança de precisão.
Após mensurar a massa dos conjuntos, insira cerca de 50 mL de água em cada copinho e aguarde os tempos determinados pelo professor. Sugere-se 0,5, 1, 2, 4, 24, 48, 72 e 96 horas, mas estes tempos podem variar da necessidade de concluir a prática num determinado espaço de tempo ou da natureza das sementes.
A cada tempo determinado pelo professor, as sementes devem ser retiradas da água de embebição, enxugadas com papel absorvedor e pesadas novamente. Na água de embebição deve ser medida, ainda, a condutividade elétrica por meio de um condutivímetro portátil.
Ao final organize os dados em tabelas e gráficos e discuta os dados com os demais grupos.
Resultados esperados
Na figura 4 é possível verificar que a espécie Calotropis procera e a espécie Helianthus annuus embeberam mais água do que as espécies Allamanda blanchetti e principalmente a espécie Annona muricata. Ademais a velocidade de embebição da espécie Calotropis procera foi a mais elevada entre as espécies estudadas. Isso se deve a natureza porosa dessa semente e a grande quantidade de amido de reserva, uma substância altamente higroscópica.
Entretanto, antes de se fazer o gráfico, que expressa o volume de água embebida, devemos calculá-las. Para isso, utilize a fórmula a seguir:
Onde: Pesofinal é o peso no tempo de análise e o Pesoinicial é o peso antes de iniciada a embebição
Vamos ver um exemplo:
No exemplo acima vamos calcular a embebição nos dois tempos, utilizando os dados da Aroeira (Quadro 1)
Verificamos, então, que o volume de água embebida deve se elevar a medida que o tempo passa. Entretanto, chegará um tempo em que o volume de água embebida será tão pequeno que se aproxima de zero em relação ao tempo anterior. Neste momento dizemos que a semente atingiu sua máxima hidratação.