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AULA 27 – GERMINAÇÃO: SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA TEGUMENTAR

Introdução

A dormência tegumentar caracteriza-se pela incapacidade de germinação de sementes mesmo quando estas são expostas à condições ambientais favoráveis (como, por exemplo temperatura, luz, disponibilidade de água e oxigênio). Na natureza alguns fatores ambientais estão ligados a quebra de dormência natural como as variações de temperatura, a água de rios e lagos, assim como a presença de dispersores. Em laboratório, pesquisadores tentam encontrar técnicas viáveis de quebra de dormência para acelerar a germinação de uma determinada espécie, mimetizando o que ocorre na natureza. A espécie Adenanthera pavonina (Fabaceae) é uma espécie arbórea nativa da África e Ásia. Devido a dureza do tegumento mais externo, a superação dessa dormência requisita a aplicação de tratamentos pré-germinativos.


Objetivo específico desta prática

Avaliar a eficiência germinativa de sementes de Adenanthera pavonina submetidas a diferentes métodos de quebra de dormência tegumentar.


Procedimentos

Nesta prática, testaremos seis tratamentos pré-germinativos

(T1) Testemunha sem pré-tratamento

(T2) Escarificação Mecânica, lado micrópila: Escarificar manualmente o tegumento das sementes com lixa madeira nº 80 na extremidade do pequeno orifício (micrópila), até atingir o tegumento mais interno, mais espesso amarelado ou amarronzado.

(T3) – Escarificação Mecânica, lado oposto micrópila: Igualmente ao anterior, mas a escarificação deve ser feita no lado oposto a micrópila.

(T4) – Imersão em água fervente: Emergir 35 sementes em água a 100ºC e deixar em repouso por 24 horas.

(T5) – Imersão em ácido sulfúrico 10’: Emergir 35 sementes em solução de ácido sulfúrico (H2SO4) a 98%, durante 10 minutos, agitar com cuidado, em intervalos de aproximadamente 1 minuto. Passado o tempo, as sementes deverão ser triplamente lavadas em água destilada.

(T6) – Imersão em ácido sulfúrico 20’: Igualmente ao anterior, mas deixando as sementes em contato com o H2SO4 por 20 minutos.

Atenção: As sementes dos grupos T1 a T4 devem ser desinfestadas antes de inserir no sistema de germinação. Para tanto, a assepsia das sementes deverá ser feita a partir de solução hipoclorito de sódio a 1% (NaClO). As sementes deverão serem imersas na solução de NaClO e agitadas cuidadosamente por 5 minutos. Após isso realizar três enxágues com água destilada. O tratamento das sementes com H2SO4 deve ser executado em capela de exaustão de gases para proteger o manipulador. A água de lavagem, bem como resíduo de H2SO4 deve ser descartado em frasco apropriado e não na pia do laboratório.


Fig_1A.jpg

Figura 1: Preparação das placas para germinação das sementes

Com as sementes pré-tratadas, vamos agora preparar as placas de petri. Para tanto, insira em cada placa de petri, cerca de 5 mL de água destilada e disponha sobre ela duas folhas de papel de filtro, de forma a não formar bolhas de ar entre as folhas de papel (Figura 1).


fig_2

Figura 2: Inoculação das sementes nas placas

Uma vez preparada as sementes e as placas, vamos distribuir as sementes para germinação. Assim, todos os tratamentos deverão espalhar, com ajuda de uma pinça, 30 sementes de A. pavonina, distribuindo 10 sementes em cada placa de petri (Figura 2).

Preparada as placas feche-as com plástico filme e insira-as em local bem iluminado ou dentro de uma câmera de germinação de plantas, com temperatura ajustada para 25ºC e fotoperíodo de 12 horas de luz e 12 horas de escuro.

A avaliação da germinação se dará diariamente, onde cada germinação deve ser marcada na tabela 1, de forma não cumulativa.

Tabela 1: Tabela modelo para marcação das sementes germinadas ao longo dos dias. R1, R2 e R3 significam, respectivamente, repetição 1, 2 e 3, enquanto que T1, T2 e T3 significam os tratamentos pré-germinativos aplicados nas sementes

Tabela_1.jpg

Com os dados da tabela 1 calcule:

– a percentagem de germinação

– o tempo médio de germinação, a partir da fórmula:formula-1-27

– a velocidade média de germinação, através da seguinte fórmula:  formula-227

– a sincronia na germinação, através da fórmula:form-ula327

Ao final organize os dados em tabelas e gráficos e discuta os dados com os demais grupos.


Resultados esperados

fig_3

Figura 3. Germinação de Adenanthera pavonina após pré-tratamentos de escarificação física ou química. Os valores representam a média (± desvio padrão) de 3 repetições. T1 = controle; T2 = escarificação mecânica, lado micrópila; T3 = escarificação mecânica, lado oposto micrópila; T4 = imersão em água fervente; T5 = imersão em ácido sulfúrico 10’; T6 = imersão em ácido sulfúrico 20’

Depois de fazer todos os cálculos a mão você pode conferir os seus cálculos utilizando o software GerminaQuant 1.0 (versão instalável) ou o GerminaQuant for R (versão on line). Ambos os programas foram desenvolvidos pelos autores e pode ser baixado gratuitamente no endereço www.ufpe.br/lev.

Fig_4.jpg

Figura 4. Logomarcas do software desenvolvido para cálculo das variáveis de germinação. A) GerminaQuant 1.0 (versão instalável) e B) versão para web, smartphone e tablet


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